quarta-feira, 27 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "Ciranda De Chorões" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Simbiose - "Conexão" -
latex sobre tela - 165x100cm - coleção particular -
Salvador - 2005
Não dá para entender o perfil de pessoas, entre estas (pseudo)artistas e "intelectuais", que se prestam apenas à reclamar, reclamar, reclamar... Contribuir que é bom, longe do que pensam ou entendem ser realmente uma contribuição.

De que serve estudar ou ler (ou dizer que lê) filósofos, escritores, poetas, ouvir músicas ou assistir a filmes subversivos para, em seguida, revoltar-sem contra tudo desejando que o mundo vá tomar aonde nem lá haveria estômago apto a suportá-los?! 

O que estão esperando para associarem-se a uma ceita extremista, transformando-se em kamikazes?! 

Melhor do que ficar erradicando a serenidade alheia com a falácia de um enxame de Peter Pans com cérebros atrofiados pelo trauma da má elaboração de vida de seus pais.

Têm-se a nítida impressão, no contexto, de que a humildade é constantemente confundida com o estado de submissão que aqueles providos de um pífio emaranhado de informação, ingenuamente apreendido como conhecimento, imprimem aos que apresentam propostas ou linguagens artísticas e culturais das quais estes não costumam entender, aceitar.  

Se na perspectiva dos que transitam afora o conhecimento específico do outro sua opinião se faz desprezada, é preciso dizer que este, que assim se defende, tem, como vontade última, entender o que não cabe em seus interesses. 

Supõe-se, através de resumida análise, sobre a piada inserida na pintura contemporânea (que há muito até mesmo fala!) encontrar-se menos desconexa do que o vândalo disfarçado de Marginal. 

Que pensa, por ignorante presunção, protestar conscienciosamente em meio aos desdobramentos políticos no Brasil. 

Desmedida e mal concebida ação o submete a uma aparente contradição pseudo-idealista, já que ao depredar uma agência bancária ou loja do McDonald's, comumente encontra-se calçado em um par de tênis da marca Nike. Entre outras coisas. 

Comportamento típico da euforia brasileira que, na generalidade, costuma esnobar o bom senso.

Vejamos a situação, como exemplo, dos adoradores da música "diabólica", redbangrs. Adeptos do black e depht metal. 

Som tocado com a precisão limitada, ou objetiva, de uma máquina industrial desenhada por um engenheiro desempregado. Cantado com o tom do rosnar de um tigre com dente cariado, para em seguida ser batizado de estilo pesado e assustar o jardim de infância nórdico. Só se for! 

Estes, que em geral vivem com os pais até os 45 anos, e que poucos trabalham para sustentar o estimar cultural, além da bebedeira desenfreada, costumam chamar de lixo tudo que não couber em seus agrados. 

Digamos que, se fosse para comprar o pobre convite para a medíocre briga de egos, seria muito fácil combatê-los afirmando que a melhor coisa que existe em seus movimentos reside em não denominarem, ainda que inconscientemente, esse barulho de música, mas de som. 

Pois se por uma curiosidade tentar escrever a palavra depht metal no Google, não aparecerá opção no segmento musical, e sim enquanto movimento, ceita.

Já a pior de suas faces, por vez, encontra-se na obtusa crença de tal estilo assemelhar-se à música erudita wagneriana, quando a palavra erudição já distancia em milhas tal hipótese. Já ressaltando que pensar assim é claramente desconhecer a música do genial Wagner. Acredito que se Lúcifer souber que esse tal de som o está representando por aqui, não ficará nada satisfeito. 

Se o amor existe em detrimento da razão, este não habita, de fato, a plenitude. Assim sendo é bom partilhar a responsabilidade do estômago com o consciente. Uma vez que tal coesão evitará o constrangimento.  

O ideal seria que, mais do que excluir grupos por meio do radicalismo rude, encontrar-se aberto a todo tipo de comportamento. Seja nas diferenças de credo, etnias, orientações sexuais etc. Que se assegurasse nos espaços sociais condições de reconhecimento e manifestação dessas diferenças. 

Que as famílias, escolas, universidades, além disso, formem pessoas capazes de incorporar e disseminar o conceito dos direitos humanos. 

Já que apenas assim faria com que, na insegurança, mantenha-se o silêncio. Pois este provoca, intriga, perturba e, sobretudo, preserva a imagem e estado de espírito. 

O pedagogista Paulo Freire disse, certa vez, que "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é virar opressor".

CORRENTE - t u r i s m o - Entenda O Conceito e Conheça A Capital Paulista Com A Personal Guide Flavia Liz Di Paolo

Foto: Laura Lessa
Os encantos de uma cidade nem sempre estão ao alcance dos olhos de todos, é preciso desbravar seus segredos e mistérios com o devido afinco para conhecer a alma atmosférica que optou visitar. 
Para isso deve contar com a orientação de quem não apenas conhece tais caminhos, mas, sobretudo, sente orgulho em apresentá-los. 
Especialista em São Paulo, Flavia Liz Di Paolo é uma viajada paulistana que morou na Finlândia, França, Alemanha, Itália e EUA, mas sua paixão é a cidade onde vive: a capital dos paulistanos. 
Desde muito cedo desenvolve o trabalho de anfitriã levando amigos estrangeiros para conhecer o que a capital tem de melhor, oferecendo uma visão de 360 graus da cidade sem preconceitos de revelar as mais variadas faces da metrópole. Na vanguarda do turismo vivencial ela é hoje especialista em São Paulo, no segmento do luxo.

Credenciada pelo Ministério do Turismo e associada da São Paulo Convention & Visitors Bureau atende clientes de todos os continentes em seis idiomas: alemão, italiano, inglês, francês, espanhol e português. 

Graduada em Línguas pela Universidade de São Paulo, com especialização em história de São Paulo pelo Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e MBA em Hotelaria de Luxo, também é capacitada em atendimento ao público GLS e árabe. 

Recentemente esteve em viagem pelos EUA e Peru realizando pesquisas, e por países asiáticos, fazendo em Tóquio curso de cultura e etiqueta japonesa na mais tradicional escola de boas maneiras do Japão, para oferecer o melhor atendimento a seus clientes orientais.

Foto: Laura Lessa
Buscadora incansável de novidades propõe um trabalho exclusivo como São Paulo Specialist e turismo de luxo - aquele que tem a chave que abre portas de bastidores, pessoas e conceitos a clientes Vips, levando-os a lugares que pouquíssimos têm acesso, antecipando soft openings e inaugurações.

Pioneira nos tours de grafite, favela e para crianças, seus roteiros personalizados de arte contemporânea, arquitetura, moda, design, observação de aves e arte de rua são com freqüência matéria de publicações conceituadas do Brasil e do mundo, como o Guia Turístico britânico Time Out São Paulo, Condé Nast Traveller UK, Vogue Itália, Panorama, Veja São Paulo, Estadão, Folha de S.Paulo, Isto É Gente.

Como desdobramento de sua atividade singular de Personal Guide passou a receber convites para dar palestras e aulas na PUC-SP e USP para alunos de graduação e ensino superior, além de consultorias e treinamentos para concierges, recepcionistas e profissionais da área comercial e de marketing nos principais hotéis e operadoras de turismo de São Paulo. Sua presença no universo da arte urbana e no meio acadêmico aparece na contribuição sobre as relações entre a arte e a cidade em teses de graduação, mestrado e doutorado de estudantes brasileiros e estrangeiros. Seu tour de urbanização colabora com o livro bilingue em inglês e chinês, "Vertical City" do escritório do arquiteto I.M.Pei, ganhador do prêmio Pritzker, que será lançado em Nova Iorque em breve.

Foto: Laura Lessa
Flavia Liz Di Paolo entende a importância de preservar a memória e cultura da capital que ama, por isso participa de trabalhos voluntários junto a ONGs de preservação do patrimônio histórico, como a Preserva SP e a Memórias do Itaim Bibi, além de apoiar projetos sociais como o Pimp My Carroça do grafiteiro Mundano, Bicicloteca, Pedal Social e Cidade que Queremos do Instituto Mobilidade Verde. Entenda o conceito acessando a página oficial da Guia www.flavializ.com

domingo, 24 de agosto de 2014

CRÔNICA - "Embriagai-vos Todos! Não." - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Influência Indireta -
"Perspectiva" - vinil adesivo e escada de madeira sobre parede -
dimensões variáveis - São Paulo - 2007
Definitivamente o consumo de álcool ensimesmado é discutível. 

Agrava copiosamente o peso das pálpebras e perturba a leitura em luz ambiente com chá de camomila do pobre organismo, apenas. 

Tenho a leve impressão de ter chegado na fase onde beber é uma questão de apreciação, ao encontrar amigos num happy hour; o que circunstancialmente induz limite na ocasião, ou enquanto acompanhamento de um bom prato, num restaurante ou em casa. 

Do contrário seria como um impulso inquieto não mais condizente ao estado de espírito. 

Existe um estágio da ingestão alcoólica que acaba por se repetir, provoca fadiga no corpo, deturpa a dicção com aroma inóspito consequente da ebulição bucal e transvia o raciocínio lógico. 

O que, enganosamente, para aqueles que já assim se encontram, faz pensar emanar efusividade. Ilusão pouco elegante, ainda que em vezes, hilária. 

Imaginar a proximidade perante a embriaguez provoca preguiça, excitando apenas quando em propósito extravagante. 


Porém a maioria dos casos de constante embriaguez se dá em decorrência de lacunas emocionais, ociosidade. Pouco salutar. 

O estado elevado do álcool, em mim, implica na necessidade de um complemento, o que, convenhamos, indicaria propensão a um after hour. 

Nesse caso seria preciso algo estimulante, ambiente agradável, de boa música e preenchido com os encantos femininos. Já ressaltando que não há necessidade de encontrar-me desacompanhado para exigir isso, apenas inteligente, presumo. Afinal, nada mais entendiante do que reunião social com predominância masculina! 

Se a alternativa não atender tais requisitos, terminarei em meus aposentos acompanhado da sombra, seja esta metafórica ou literal, e protegido dos dissabores. 

Gregório de Matos, poeta baiano, tinha semblante falecido ao convidar-nos a acompanhá-lo em seu incessante estado ébrio. 

Este ignorava, em meio a sua alcoolizada "lucidez", o fato de possuirmos organismos com imunidades distintas. 

A face paradoxal no contexto é que acabou por contagiar muitos seguidores.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

CINEMA - c r í t i ca / d i c a - "O Filho De Jesus" (Jesu´s Son) - por Tito Oliveira

O que dizer deste filme?! 

Digamos que quando eu encontrar uma Mulher e esta envolver-me, em meio ao trânsito da união; ainda que em espaçado tempo que levar a passagem do pêndulo no percurso de um lado para outro; a ponto de iluminar meu espírito igual quando a descobri pela primeira vez, minha inquietude estará destinada a um recinto singular.

Juseu´s Son, 1999, da embrionária diretora Alison Maclean, teve produção independente e formou elenco peculiar para envolver o público intimista do Sundance Festival, nos Estados Unidos.

O filme é uma versão para o cinema originária do livro com título homônimo, escrito por Denis Jonhson.

Em caráter narrativo, a história é de um jovem transviado pelo meio que encontrou-se inserido, porém possui natureza serena, de caráter em formação e de inclinação benéfica. 

FH, siglas que indicam o apelido "Fuckhead", é o personagem de Bily Crudup, que por vez se faz um rapaz, como já insinuado, gentil e geralmente suave. 

Com o dom de saber sobre as coisas, muitas vezes, antes que elas aconteçam.

Recebendo vibrações de premonição.

Ao contar-nos sua história, ressalta como conheceu Michelle (Samantha Morton) na cidade de Lowa, em 1971.

O nome Fuckhead ele também conseguiu quando conheceu Michelle numa pequena reunião de amigos onde havia sexo e muita droga... 

Ela estava acompanhada e ainda assim os dois foram flagrados, pelo namorado de Michelle, numa cena embaraçada onde tentavam transar ao acaso.

Ao encontrar-se casualmente meses depois, ela o apresentou à heroína e ambos apaixonaram-se.

A confusão tem início quando não entendemos ser a paixão real ou disfarçada pela vontade entre ambos para o consumo da droga.

Entre pequenos roubos e contratempos tinha um emprego no hospital, seu amigo no trabalho era Georgie (Jack Black), e com ele experimentava toda farmácia do setor de medicamentos.

O tempo em Chicago veio na gravidez de Michelle, ainda sua namorada, lá foi realizada uma desintoxicação na gestante e o primeiro rompimento da relação.

FH partiu para Phoenix, viver reuniões de AA (Alcoólicos Anônimos) onde numa dança com sua nova amiga, que trabalhava em um centro de atendimento, foi convidado para fazer parte da equipe de voluntários e logo aprende a tocar os moradores enfermos. 

Fh modificou, naturalmente, sua programação diária de modo que, num momento, passa uma família menonita, vizinha do Centro, no exato momento em que ele estava apto para ouvir a mulher cantar músicas evangélicas no chuveiro. 

Lentamente, muito lentamente, FH permite seus dons surgirem e imerge num pomar de altruísmo que não havia consciência sobre contê-lo em si.

A obra apresenta com beleza, concisa em direção, grande elenco e envolvente trilha sonora, sobre a outra face da condenação residir na recuperação. 

Bom filme!        

terça-feira, 19 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "O Zumbido Do Emblema" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Composto de Um Tempo Documentado -
"A Inocência De Madonna" - guache sobre papel -
110x90cm - Sergipe - 2014
Costumeiramente transitava eu pela sala de estar da minha querida Mãe, que no momento hospeda-me e na ocasião assistia a um telejornal que noticiava a chegada da artista pop mais "emblemática" da realidade atual para uma apresentação. 

O show seria no Japão. 

E enquanto minha curiosidade intrigada observava as imagens com a surdez provocada pelas imagens assombrosas de fãs esvaindo-se desesperadamente na disputa por uma foto com o colosso do pólo ruidoso, perguntava-me inquietadamente sobre a cultura japonesa. 

Então logo me dei conta de que se me aprofundasse um pouco mais na questão imergiria numa dissertação sobre a confusa relação sexual dessa fatia asiática que, logo, assemelha-se ao conturbado produto que almeja. Uma vez que vídeo pornô japonês tem imagem embaçada nas genitálias até hoje. Vai tentar entender o liberalismo do povo de olhos puxados! Melhor não.     

Lady Gaga.

Pensava, ainda ignorante perante sua proposta, que o sobrenome (artístico ou não), mesmo com a deficiência de acento (em parábola com a língua portuguesa), era para referir-se à expressão "Gá Gá" típica do Brasil.

O que indicaria a falta de lucidez na idade idosa. 

E, após tentar conhecer o trabalho da respectiva reafirmei ser tal nome decorrente de um estado senil precoce.

O diagnostico me veio com base num acumulado de idéias da mesma, expressadas com a compulsão de um vômito e com a denominação de fazer artístico. 

Genial!

Porque esta ganha muito dinheiro devido a seus shows encontrarem-se repletos de desocupados funcionais, aqueles que têm seus bons empregos, bons salários, acompanham as tendências e nada fazem para a difusão cultural plausível. 

Diria, até, que costuma-se fazer o contrário, pois são grandes apreciadores da confusão que se tem entre expressivos produtos da indústria fonográfica e música de verdade. 

Felizes os que desfrutaram tempos em que música pop não agredia tanto os tímpanos. Blondie

POUCAS & BOAS - "Carta Ao Horário Eleitoral Pago" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - Foto-instalação da série Influência Indireta -
"Assepsia" - dimensões variáveis - São Paulo - 2007  
Explicita alienação, equacionada ao apogeu reacionário, concebe o funeral brasileiro. 

Em pleno prelúdio dos novos tempos contemplaremos a bela, e não mais selvagem, paisagem da costa marítima desbravada pela entropia psicossocial portuguesa reger os cantos malditos de uma constituição que mergulhará, até o afogamento, seu rebanho no abismo da própria sombra.

Celebraremos a emersão pós-moderna degustando o cálice sanguíneo da áspera gestão de incontáveis chefes.

Na bandeira deverá estampar o risível espelho da face Daquele que espeta o rabo do Outro. Ou ao menos deveria, penso.

Pode ser compreensível a questão do "menos pior" em detrimento da melhor opção, ou, melhor dizendo, em detrimento mesmo da progressividade. 

Dizia-se entusiasmadamente, em tempo passado não tão distante, sobre o sonho esquerdista. Na contemporaneidade, Esquerda e Direita se confundem mais em seus ideais do que a dona dislexia conduzindo uma bicicleta em vielas europeias de pisos em paralelepípedos. 

Em meio ao cruzamento de valores será necessário torcer para que vença o pior!

Parafraseando uma filosofa russa devo enfatizar que no momento em que o cidadão der conta de que, para produzir, será necessário provir do consentimento de quem apenas explora; ou ao notar que o dinheiro expande para os que negociam não com pertences, mas com favores; quando entender que muitos enriquecem por meio de suborno ou por conchavos, pouco pela honestidade, e que leis são concebidas pelos mesmos, para que protejam apenas eles; quando despertar para o sentido da corrupção encontrar-se na recompensa e a honestidade na conversão do auto-sacrifício; deverá estar apto à afirmar, sem titubeios, que sua sociedade estará condenada.

Ou seja, perante áspera realidade, resta-me oferecer um "SUCO DE SOVACO" (como costumava dizer um antigo colega) para os respectivos candidatos à presidência da república do Brasil, e desejar que se engasguem com o limpo suor dos que trégua não tiveram da incessante e algoz injustiça que por estes é conduzida. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

COLABORADORES - r e f l e x ã o - "No Caule Do Caos" - por Ludwig Ravest

Por Tito Oliveira - da série Hermético -
"Labrador Amarelo" -
óleo sobre papel craft - 200x120 cm - 2009
Não adianta tampar o sol com uma peneira, nem a luz da lua com uma lâmpada incandescente.

Não adianta ver o indivíduo como individual, pois de antemão ele é coletivo.

Se olharmos o coletivo observaremos indivíduos e não máquinas. 

Veremos máquinas e atrás delas indivíduos que estão a dirigi-las como quem dirige sua existência em vida. 

Então, a cada metáfora há uma linguagem individual que provém do coletivo, isto é, existência já que vida,  pelo extrassensorial ela já é de fato. 

Ao contrario, veremos homens-máquinas, sem linguagem quando tudo estiver resolvido pelo mecanicismo e o determinismo imposto. É o que não ocorre. 

O BRASIL precisa alçar-te contra o individualismo e o coletivismo forçado. Pois a lição é: atrás de cada indivíduo há uma sociedade inteira.

Homens, mulheres, crianças, idosos, artistas, profissionais, gente de rua e de escritórios, pessoas dignas, pessoas carentes... Pessoas, apenas pessoas que esperam por um presente que é o melhor devir. 

Máquinas animam situações esperadas, homens esperam determinadas situações em onde eles sejam lançados do micro-mundo do social para serem postos como indivíduos cujo potencial radique expressamente na junção poético-filosófica em que a existência pousa.



Ludwig Ravest é chileno, escritor, estudou filosofia na Universidade de Santiago e atualmente vive e trabalha em São Paulo.


GALERIA - f o t o g r a f i a - por Tito Oliveira



POUCAS & BOAS - "A Idade Da Inocência" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Escenário Para Perros Y Desmembrados
- S/ Título - nanquim sobre papel vegetal sobreposto -
45x30cm - coleção particular - Barcelona - 2012
Um dos bons sabores de se encontrar após os 30 anos de idade é quando começamos a nos dar conta de que a ansiedade e a vontade da onipresença estão dispersando-se. 

Nada como poder sair apenas quando sentir realmente vontade e não porque está entendiado ou por ser fim de semana. 

É muito bom aceitar o convite do amigo para um drinque, desfrutar de sua companhia, poder recordar dos velhos tempos na adolescência ou na universidade e discutir projetos atuais sem a pressão de ter que conquistar a primeira mulher bela que passará até o banheiro. 

Outro rico sentido do estágio pós-trinta se dá quando surgir, inevitavelmente, a oportunidade de deparar-se com aquela beldade. 

Na ocasião estará garantido que saberá exatamente o que falar, sem pressa alguma e seguro do que, antes, não precisa. 
  
Seria, talvez, menos constrangedor se as fases da vida fossem realmente coesas e bem esclarecidas para os que transitam de duas para três décadas de existência. 

Para ser mais preciso quero dizer que a coesão se daria em realmente amadurecer e desfrutar sem sofrimentos do estado que o torna adulto. Já a confusão, em geral, corresponde aos que pensam que ter uma cabeça jovial é o mesmo que não crescer. 

A incessante competitividade entre os homens brasileiros, por exemplo, é onde quero chegar. Beiram, questionavelmente, ao conflito comum do universo feminino.  

É de aspecto lastimável como o homem brasileiro se porta perante uma mulher que acabara de conhecer: se for do sexo oposto, é preciso comer (vulgarmente escrevendo). 

Muitas vezes, tamanha avidez nada tem a ver com a atração perante o sexo oposto, mas enquanto forma pueril de demonstrar ilusória virilidade ao reino dos "mach(os)istas". 

Certa vez, no velho mundo, ao conversar com uma amiga sul-africana, ouvia desta a pergunta: 

- Você é mesmo brasileiro?!..

E eu a respondi seguidamente de uma pergunta:

- Sim. Porque?!

E ela disse:

- Porque em geral os homens brasileiros não crescem, envelhecem! 

Ou seja, a obsessão de provar algo ao ego reduz em quase nada de sedução para constituir uma incessante e quase que desesperada azaração. 


O fato é que não adianta. Muitos podem pensar que por possuir cada vez mais dinheiro, que ao adquirir cada vez mais músculos, obter os maiores bens, usar as melhores grifes, adotar os mais modernos penteados ou explorar o mais conceituado cirurgião para acrescentar centímetros ao membro composto de nervos será suficiente. Porém, sem atitude será sempre um homem incompleto. E por maior que seja o número de mulheres que comprar com a ilusão, estará sempre com a metade de uma mulher. 

Nada como tornar-se amigo do tempo. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "O Melhor Contra-Ataque É A Sugestão" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Pejorativismo Do Traço Ortodoxo
- S/Título - nanquim sobre papel vegetal sobreposto
- 45x30cm - São Paulo - 2006


A face incompreensiva da sociedade brasileira é tão pejorativamente diversificada que, ao pararmos para analisá-la, digamos, friamente; nos assustaremos. 

É insultuoso o aspecto reacionário do país. 

São infinitos os exemplos que podemos explorar para tornar figurativo o doloso comportamento do qual me refiro no momento. 

Suponhamos que ao encontrar-se como um turista, em um táxi ou ônibus na capital paulista e, ao deparar-se com os transtornos rotineiros da cidade uma pequena observação sócio-política é suscitada - filtrando um pouco mais a subjetividade de tal discussão o exemplo se dará no trânsito e suas dificuldades extremas . 

Não tardará muito para notar tanto motoristas de táxi quanto de ônibus serem expressivos em comum acordo sobre a construção de vias exclusivas para a melhor viabilização de seus trajetos. 

Em ano de eleição o candidato que fizer usufruto de suas necessidades terá, inevitavelmente, seus votos. 

Com a questão da homossexualidade o traço não se distancia do comum. 

A homofobia não possui caráter de relevância, aliás nenhuma postura radical provém de substância plausível, sabemos disso. 

No entanto o ufanismo gay, em relação a sua opção sexual e estilo de vida, deveria, em prol do bom senso, ser discutido entre os adeptos enquanto forma de reflexão para melhor compreender os espaços de diferentes grupos em sociedade. Uma vez que se faz recorrente a desmedida priorização do meio para seus interesses e isto é, no corpo aparente, sinuoso. 

A política do Brasil se dá envolta aos interesses pessoais, mesquinhos. Ou seja, a despeito da homofobia ser, indiscutivelmente, atroz, o comportamento homossexual se faz, historicamente, discutível em face de convivência. 

O fato é que nos confrontamos com a explícita necessidade de uma política menos ensimesmada e mais plural, de maior profundidade. 

É claro que não é preciso mais mortes no trânsito para educar os motoristas, menos ainda na violência aqui recorrente para uma melhor distribuição de renda, ou, pior, a necessidade de mais mortes gays no combate à homofobia. 

Ressalto que minha opinião não reside em partido algum, já que esta situa-se exclusivamente na sensatez. Logo acredito que é preciso haver maior compreensão sobre o problema não localizar-se na defesa, mas, antes do que pensam, na proposta.