quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "O Paraíso Existe: É No Esgoto" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série "As Imagens São As Mais Variáveis" -
São Paulo - 2007
O vazamento do há décadas adormecido escândalo da Petrobrás, a estagnação da economia nacional, e a evaporação das contas bancárias no banco inglês, entre outros(as), rendeu-me uma sabedoria: ratos são incompreendidos.

Bom para eles!

Num período de manifestações onde as vicissitudes equiparam-se a um início de leitura que nos aterroriza pelo volume resultante de um aglomerado adverbial, com adjetivos desvairados; afogado na inadequada vírgula existente ou destemido numa que deveria existir, é fácil afirmar que a base intelectual de seus entusiastas assemelha-se a de um doente que assim permanece pelo simples fato de não admitir sua enfermidade.

Sugere-se, então, ser a fisionomia de quem presencia uma dessas exposições politicamente partidárias vigentes no Brasil, das mais risíveis.

Oposto ao deleite, ou a supostos traços formosos, a impressão restante delineia clara apatia.

O partidarismo, que sempre fora adepto da linguagem embaçada e vil interesse, restringia-se a induzir, exalando o odor da leprosa epiderme, apenas a ingenuidade decorrente daqueles que sofriam na ignorância.

Mas, se a manipulação dos que habitam a condição desprovida do conhecimento da existência ou da funcionalidade de um estado de coisas quaisquer não lhes bastou, logo o partido prestou-se a elucidar a variação no sentido da ignorância aos carregados no berço de conceito inóspito, de comportamento incivil; meramente grosseiros.

O mais agravante é que a veste estendeu-se aos artistas, que ao invés de conceberem boa arte exclamam verborragia figurada no sustento de seus dispensáveis emblemas: ateliês, cafés, bons vinhos e típicos trajes.

Quer dizer, o artista não mais possui compromisso com o fazer artístico, e sim com o lamentável posto de personagem formador de opinião, ainda que rasa!

Aos acadêmicos da atualidade, bibliotecas lhes são apreendidas igualmente à enciclopédias antes vendidas nas portas das casas, para preencher estantes vazias.

Como consequência, poucos compreendem o corpo de uma universidade, e o que nelas estão fazendo.
 
Em analogia, e explorando o universo paradoxal da arte contemporânea; já parafraseando o literário que imaginou um pássaro amarelo num sítio para encantar o plano infantil, a propriedade que me toma incita-me declarar que a discussão político-social por aqui equivale à denúncia das expressões de quem visita um museu que expõe a arte subjetiva.

Porém, na maioria delas, lê-se o desapontamento de quem encontra-se inseguro, duvidoso de si próprio e de outros, desfalecido e incapaz de logicamente raciocinar, e, obviamente, desconfiado do que os mistificam habilmente.

Outros, certos críticos, em especial, aproveitam o vácuo para "épater les bourgeois".

Teorizam aquilo com o valor que se gasta para tecer um vocábulo técnico, desvendam nas telas (obras e perfomances) intenções e subintenções inacessíveis ao de cadeira distante, justificam-nas com a independente leitura do artista e concluem que o público é uma espécie de asinina e eles, os enturmados, um magote engenhoso de iniciados na Estética Subjacente.

Por fim, riem-se uns dos outros: o galerista do artista, o crítico do galerista, o artista permanece emaranhado, e os ratos, com suas ricas almas marginais, riem de ambos!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

COLABORADORES - "Entojo" - por Marco Matos

Por Tito Oliveira - da série "As Imagens São As Mais Variáveis" - Dimensões
variáveis - Portugal- 2013
Não é nada pessoal, mas me perdoem, caso se identifiquem e, também, me perdoem os que não gostam de política, porém é preciso dizer que: o combate a corrupção começou no governo Lula. 

E ainda nem entrou na maioridade, tem 10 anos apenas, contra séculos de domínio opressor, sim domínio opressor é o termo. 

E agora alguns dos partidos formam o bode expiatório midiático levando a culpa de décadas de roubo da direita. 

Direita que coloca na base da broca essas ideias infames dentro do cérebro da classe média "revistinha veja no "tapetinho" da porta". 

E lógico que eles não vão perder a oportunidade de fazer propaganda contra o PT inteiro, logo o partido inteiro é bode expiatório, o PT inteiro deve, a Petrobras inteira é podre também, sofisma sobre sofisma, mas eles sabem o que é isso? 

Eles sabem o que é leviandade: - Candidata a senhora esta sendo leviana... Lembram disso? 

Ora... A Controladoria geral da união foi criada e realmente EFETIVADA no governo Lula. 

Antes existia a Corregedoria geral da união e a relevância da mesma era medíocre. 

Claro... Claro... 

Os coxinhas catárticos, os imprudentes insanos, os incorrigíveis convictos, os mestres do sofisma vão argumentar?! Sim!.. Vão, mesmo que não haja nenhum argumento, que a corregedoria de FHC não tinha relevância em razão de não haver corrupção, esse é o nervo inflamado, o ponto da contusão no corpo da virtude universal chamada Justiça. 

O ex-procurador-geral, vulgo engavetador geral da República do Fernandinho HC tinha quatro mil processos estagnados, que argumento há contra isso? 

Isso é acobertamento, companheiros. 

Isso é leviano! 

O mais engraçado é que os "reacionários" brasileiros (se é que se pode definir esse circo de dementes assim) são os primeiros a favor de uma tentativa de impeachment, e tem que ser muito alienado pra não perceber que um impeachment nessas circunstancias jamais aconteceria e correr atrás disso só geraria instabilidade. 

São "reacinhas" de boutique que querem "revolucionar"... 'Perae', reacionários... Revolução... 

O grito deles é revolucionário??? 

Claro que é! 

A favor da revolução do retrocesso! 

Provocam um caos, uma reviravolta sem sentido e conteúdo, enquanto se dizem "reacionários", um paradoxo bem nojento. 

O governo que mais pegou ladrão é o mais acusado de ser ladrão na história, não seria essa gritaria da massa de manobra um protesto manipulado pelos verdadeiros ladrões? 

É tudo muito óbvio e por isso é indigesto.



Marco Matos tem 32 anos, é músico instrumentista com vasta pesquisa no segmento jazzístico, além de estudioso profundo da bíblia e cabala há mais de 7 anos.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "Abre Alas Que Eu Quero Passar!" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - Estudo para pintura - "Em Tom Oligarca"
- caneta esferográfica sore papel - 45x37cm - Salvador -
Bahia - 2015
Sai um dia, apenas, nos largos e, talvez, inconcebíveis 7 dias do carnaval de Salvador, 2015.

Estava com amigos, companheiros, logo me diverti.

Mas não por estar numa boa e grande festa!

Nota-se, claramente, haver um distúrbio na concepção da maior festa popular do globo, vigente no Brasil.

É manhoso entreter o povo com migalhas esbanjando luxúria cultural, em sua totalidade rasa, para desviar o foco da explícita privatização do evento.  

Um insólito grupo de brasão dourado, donos do posto no 3º Poder de um país onde gados com vestes pomposas exalam gases em meio ao pomar de arvoredos, converte nobres valores do festejo tradicional em empreendedorismo banal.

As cordas que há muito, desmedidamente, delimitou os espaços entre altivez e protozoários expandem-se todavia mais para que blocos de célebres conselheiros disfarçados de artistas defendam a oligarquia reacionária, ao lavarem os pés de empresas e do vil interesse jornalístico.

Logo, não me foi atrativo retornar em um possível segundo dia de "alegria" desconexa.

Passo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "Chico Science Enfatizou: Todos Estão Surdos!" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - desenho da série Nuances - "Recordações" -
nanquim sobre papel - 30x45cm - 2006 - acervo da Gallery Foundry  - Londres
- Inglaterra 
Costuma-se dizer que o surdo não fala porque não escuta.

Em verdade, a despeito de uma audição insuficiente, um surdo exprime sons, sabemos disso.

Ou não?!

Segundo estudos de médicos especializados no caso, um surdo de elevada eficiência terapêutica, com prática constante, pode desenvolver vocalizações.

Existe também a diferença entre pessoas que nasceram surdas e pessoas que tornaram-se surdas.

Bom, supõe-se que uma pessoa que não escuta por deficiência tem um desafio muito grande para superar seu problema e viver plausivelmente num ambiente social e profissional. O que, na generalidade, torna-o dotado de maior aptidão cognitiva e intelectual.

Por outro lado, existem pessoas que não querem escutar por simples opção.

O que dizer dessas pessoas?

Nada. Presumo.

A única forma de entender uma equação matemática, ou quaisquer assuntos dos quais não possui conhecimento é escutando determinada explicação sobre os mesmos.

Seja através de um orientador verbal, ou por meio de um orientador escrito, programado.

Que somos originários de um país pouco sugestivo quando a questão implica em bom senso já não é novidade alguma.

Porém, antes, havia um critério maior ao se expor, ainda que estivesse restrito apenas à preservação da imagem.

Mas agora nem isso existe!

Emitir uma opinião atualmente nada tem a ver com concisão, veemência, mas com exclusivo estado de interatividade.

Ou, em outras palavras, possuir o famoso traje da melancia na cabeça para que nem míopes passem sem prestar suas atenções.

Quer dizer... Isso é letal!

Em poucos anos a palavra E-L-O-Q-U-Ê-N-C-I-A será extinta do dicionário!

O que será dessas crianças?!

Bom, eu quis dizer, de fato: o que será dos animais com essas crianças na fase adulta?! Foi isso que eu quis dizer.

Um exemplo básico do que tento alertar com este texto:

Estava lá eu mais uma vez à perambular na rede social (uma das desvantagens deste meio é que não tem a oportunidade de estar perante a pessoa que proseia para dizer que não é nada pessoal) e deparei-me com este post:

"Preço cesta basica Brasil, 64,00 reais , salario minimo 670 reais..
Uma cesta Basica similar a essa na Europa é 39,00 reais, o salario minimo aqui é de 3.200 reais.....O que esta acontecendo no Brasil???"

Antes será preciso enfatizar sobre o fato de já terem tentado extinguir filosofia e artes do ensino público... Bom, fizeram com Educação Moral e Cívica determinantemente. Ocaso. Me parece, por uma questão de opção, que história não tem mais sentido!

Comecemos com a lista de salários mínimos pelo globo:

Senegal: R$ 166,76
Moldávia: R$ 200,85
Ucrânia: R$ 200,85

Rússia: R$ 224,44
Belarus: R$ 276,64
Albânia: R$ 455,28
Bulgária: R$ 467,64
Sérvia: R$ 499,45
Kosovo: R$ 518,28
Montenegro: R$ 588,40
Macedônia: R$ 600,76
Peru: R$ 643,36
Colômbia: R$ 685,61
Marrocos: R$ 686,00
China: R$ 767,68
Brasil: R$ 788,00
Chile: R$ 938,92
Hungria: R$ 968,211
Letônia: R$ 975,58

República Tcheca: R$ 1.004,64
Eslováquia: R$ 1.073,14
Estônia: R$ 1.082,29
Polônia: R$ 1.184,40
Croácia: R$ 1.195,58
Turquia: R$ 1.350,01
Argentina: R$ 1.438,85
Portugal: R$ 1.539,59
Taiwan: R$ 1.605,25
Grécia: R$ 1.785,87
Espanha: R$ 1.977,39
Venezuela: R$ 2.036,27
Malta: R$ 2.141,16
Eslovênia: R$ 2.389,14
Chipre: R$ 2.817,00
Andorra: R$ 2.932,85
Áustria: R$ 3.048,70
EUA: R$ 3.297,10
Islândia: R$ 4.063,68
Reino Unido: R$ 4.350,31
França R$ 4.406,53
Germany: R$ 4.491,74
Irlanda: R$ 4.571,01
Holanda: R$ 4.578,54
Bélgica: R$ 4.754,08
Nova Zelândia: R$ 5.044,48
Luxemburgo: R$ 5.856,64
Austrália: R$ 5.991,87

Digamos que seja necessário atualizar a lista, ou contextualizá-la, ou simplesmente reconsiderar a fonte... 

Será que é preciso ser um economista para saber que a densidade econômica de um país é impulsionada pelo PIB - Produto Interno Bruto?! 

Não creio. 

Será que é preciso ser um cientista político para saber que a distribuição de renda de um país necessita ser coesa com sua densidade populacional?! 

Tampem não creio. 

Digamos que, afora a corrupção, a extensão geográfica de um pais, além de seu plano tributário e agrário são fundamentais para melhores preços de uma cesta básica. Ou estaria eu enganado?! 

Muitos dos países citados na lista com salários acima do vigente no Brasil estão em grave crise há anos e poucos podem consumir. 

Equiparar os valores convertendo a moeda em 1=1 é o mesmo que insultar qualquer estudante de economia deliberadamente. 

Ganhar o salário da Austrália no Brasil é mesmo interessante, ainda que nem tanto, porém não seria, assim, tão louvável em Londres ou Paris. 

Argentinos passam fome, pois não conseguem complementar suas cestas básicas por conta de uma moeda falida. 

Espanha e Portugal estão igualmente a um orifício anal no desenho geográfico da Península Ibérica, onde jovens perambulam obrigatoriamente com suas life style consistidas nas filas indianas do lixo de restaurantes, para poder alimentar-sem, ou emigrando rumo ao próprio Brasil, desfazendo-se de seus cursos superiores para servir mesas em restaurantes brasileiros supostamente cafonas. 

Demais exemplos podem ser conferidos por iniciativa própria. Pois a sessão do blog possui POUCAS & BOAS enquanto nome.

Ou seja, o Brasil posiciona-se distante de um exemplo elementar, socialmente falando, no entanto nunca esteve melhor (ainda que o adjetivo MELHOR não possua, em seu contexto, tom adequado). 

Basta entender a relevância da história. 

Para que ele continue avançando, é preciso que você, brasileiro, descubra o quanto antes o que está acontecendo consigo. 

Como sugestão, tenta começar deixando de ser surdo por opção! 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

GALERIA - w o r k i n p r o g r e s s - "Estudos" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - estudo para pintura - 
"Retrato De Um Desejo A Esvair-se" - 
caneta esferográfica sobre papel - 
45x23cm - Salvador - Bahia - 2015

CINEMA - c r í t i c a / d i c a - "The Romantics" - por Tito Oliveira

The Romantics é uma daquelas comédias românticas que provam a reinvenção do movie style no período contemporâneo.

Drama, por exemplo, seria mais adequado para defini-lo, na conjuntura.

O título do filme, realizado em 2010, foi traduzido para o Brasil como "O casamento De Meu Ex".

Galt Niederhoffer, ao dirigir o, digamos, irregular longa, em quase toda sua trajetória utiliza uma câmera de ombro com planos fechados para conduzir os diálogos. É a tendência!

Já quando discorre sobre o encontro de sete amigos muito próximos, reunidos para o casamento de dois destes, os planos predominam abertos.

Com bom elenco e trilha sonora sugestiva, o melodrama está concentrado em um caso de amor mal resolvido entre o noivo e uma das damas de honra.

E assim vai contaminando a todos.

A rivalidade entre a noiva e a dama de honra sobre o noivo é de longa data.

O cenário é aquele típico casamento americano, de tradicional perfil até hoje por mim pouco bem apreendido.

Não me é fácil, por exemplo, entender a capacidade que eles, os americanos, têm em suscitar situações constrangedoras ao, um dia antes da cerimônia, reunir discursos embriagados não apenas na quantidade desmedida de álcool que consomem, mas, sobretudo, no recalque perante o suposto bem-estar dos noivos.

Bom, se o casamento já não é, para espíritos excepcionais, atrativo, pensemos então com estas premissas que tentam tirar, dos protagonistas, minímas surpresas?!

Com amigos e familiares convocados à típica casa de praia onde o céu de outono é instável, reza-se para que não chova e que noivos e convidados não chorem tão somente a aparente angustia que rege a ocasião, mas, também, para que toda produção defeituosamente programada não se vá por água abaixo.

Lila (Anna Paquin) e Tom (Josh Duhamel), os noivos, seriam felizes se notassem que algumas coisas na vida devem ser evitadas.

Para os amigos, a observação serve para não desafiar a atração comum nas amizades em meio ao álcool e cocaína, uma vez que não se faz, assim, tão salutar, se não abertamente.

Por conta de seus desafios perante a realidade de emoções alheias, a situação passou de instável à extrema densidade.

Em especial devido ao fato de Lila e sua dama de honra, Laura (Katie Holmes), ressurgirem enquanto dois furacões de lágrimas borbulhantes, movidas estas por um não compreendimento do caso nas mesmas estimulado.

Laura e Tom tiveram um longo romance antes de Lila, todos presentes sabiam e pareciam não conseguir esquecer, já que o clima fúnebre entre os três exalava flores de um velório onde o caixão esperava por um dos três enquanto o futuro póstumo, metaforicamente falando.

Quer dizer, se sabemos que ao mexer numa colmeia de abelha as espantaremos e nos tornaremos vulneráveis às suas letais picadas, por que então assim fazê-lo?!

Logo, seria possível dizer que a imprudência americana, no cinema, não é dada apenas nas ações onde residem releituras de super-heróis, mas numa clara obsessão, situacionista, muitas vezes, sem sentido!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "Liberdade, Liberdade... Abre As Asas Sobre Nós" - por Tito Oliveira

Foto: Tito Oliveira - publicação da Revista De Artes Cênicas -
São Paulo - 2008 
Ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha ha!!!

Esse Brasil é mesmo "divertido"!

A quem diga que em outros países, sobretudo os desenvolvidos, terapia tem como fundamento o diagnóstico, até chegar à cura.

Assim, igualmente, se dá no ensino acadêmico, onde imaginamos formar bons profissionais e/ou pensadores.

Bom, por aqui apreende-se que ambos são mero status.

"Mero", digamos, para nós, "desmiolados", pois para os "lúcidos" o status é imprescindível enquanto qualidade de vida.

Desta forma, tamanha "lucidez", atualmente, suplica por intervenção militar.

Não...

Calma...

Suponho ser melhor conter-sem, senhores "desmiolados", sonhadores.

A tão desejada intervenção militar nada tem a ver com um possível combate à realidade de infinitas contas bancárias distribuídas entre sonegadores, corruptos, traficantes, empresários, banqueiros e ditadores em bancos privados.

Aliás, só louco faria isso!

Em especial, com os traficantes.

Quem iria levar a alva substância até seus aposentos em meio à madrugada?!

E os carregamentos, quem servirá de testa de ferro?! Tu?! Louco!

Antes de continuarmos, é preciso dizer que o "bom costume" não é um feito ineditista brasileiro.

Já que é por meio de bancos legais que os 400 bilhões de dólares movimentados pelo tráfico internacional de drogas, equivalentes a 8% do total do comércio mundial, transitam livremente.

Há!

Só para não esquecer...

A intervenção militar é para a senhora presidente Dilma Rousseff​.

Que, ao contrário dos que pensavam, até então, ter sido Hitler, foi quem idealizou o holocausto na Segunda Guerra Mundial e forçou, com o caos baseado nos tratados filosóficos de Nietzsche, a reorganização da sociedade ocidental!

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "O Câmbio De Escamas Mantém O Status Da Cobra" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Simbiose - "Parto Biotecnológico" -
latex sore tela - 135x167cm - Acervo da casa_ Museu Solar santo Antônio
 - Salvador - Bahia - 2005
Poucos são os aspectos pejorativos, na condição humana, capazes de me surpreender.

Porém o reacionário é realmente assustador.

Seu traço asqueroso assemelha-se ao de baratas.

Ou estou sendo injusto...

Com as baratas?!

É possível dizer, aliás, que uma das causas no desastre da campanha presidencial com a candidata Marina Silva se deu em sua inteligência daltônica, que a fez confundir verde com azul para acabar como uma laranja de ponto passado, não adequado à degustação.

No curto período em que transitei visitando a Escola de Teatro da UFBA - Universidade Federal da Bahia -, em Salvador, acabei por cruzar; ainda como um garoto de olhos arregalados e estimulados por uma curiosidade que a mim rege até então, com uma espécie de sessentão emblema do meio cênico soteropolitano.

Confesso que até hoje não compreendi bem o motivo de demasiada idolatria.

Este era entusiasta da política de Esquerda brasileira.

Um anti-carlista nato.

Estava eu à perambular no feed de noticias da rede social, e me dei conta de que este mesmo "senhor", e não Sir; como costumam chamar os elfos a quem estimam, no momento é colunista do Correio da Bahia, escrevendo em prol da depreciação do PT e enaltecendo uma Direita falida, neurótica, no jornal da família Magalhães, que, ao contrário do que este defendia, sempre foi entusiasta da eterna navegação do navio negreiro, bem como da segregação que separa a elite da plebe.

Mas, devo admitir que, por assim manterem-se até os dias atuais, os membros da "boa" família, digo, fizeram-se mais dignos do que o suposto artista subversivo, pois possuem a "dignidade" de um império salafrário, mas declarado.

Já o artista, é como uma espécie de réptil míope, que troca de escamas sempre que a que o veste não lhe serve mais.

Eu até compreendo alguém que, no passado acadêmico, refratário à exploração e elitismo da póstuma direita, não encontre-se satisfeito com a então Esquerda brasileira.

No entanto, comer num prato que sustentou sua saliva apodrecida não pode ser estratégia, mas desespero, burrice.

Como diria os mais sábios soldados em um campo de batalha: antes um inimigo declarado a um "amigo" oculto e tomado por insegurança.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

GALERIA - f o t o g r a f i a - "Verão Em Salvador 2015", parte IV - por Tito Oliveira





CINEMA - c r í t i c a / d i c a - Férias Frustradas De Verão" - por Tito Oliveira

Cinematografia tipicamente americana? Questionável? Claro que sim, já que é TIPICAMENTE americana!

Porém de texto e roteiro demasiados maduros que, por assim ser, prestam-se a inteligente extravagância de não levar-sem tão a sério.

"Adventureland" é um filme de 2009, com título traduzido para o Brasil como "Férias Frustradas De Verão".

Escrito e dirigido por Grag Mottola, o drama/romance/comédia habita a New York no fim dos 80' e narra a fase de James Brennan (Jesse Eisenberg), que após graduar-se na universidade tenta mudar-se para o recinto da liberdade americana, de tradicionais táxis amarelos e metrôs multiculturais.

Para isso, precisa de dinheiro e submete-se a um emprego nada comum em sua vida.

Antes, falar sobre algumas curiosidades do filme pode enaltecer seus "questionáveis" desdobramentos ao conceber esta boa forma de fazer cinema.

O filme se passa no verão e alguns homens foram contratados para remover e esconder a queda de neve acumulada durante as filmagens, porque assim fora rodado pouco tempo antes do inverno.

Em algumas cenas internas, extras foram pagos para bloquear as janelas e portas, evitando que a queda de neve se fizesse visível na câmera.

Nas primeiras versões do roteiro, o músico estimado por James e muitos dos personagens que o cerca era Neil Young.

Originalmente estava escrito que Connell (Ryan Reynolds) tinha jogado ao lado de Young e foi idolatrado pelos personagens.

Logo este foi substituído por Lou Reed, o falecido vocalista do The Velvet Underground.

Que rege uma das cenas mais belas do longa.

Quando, em uma carona, a paixão toma, surpreendentemente, o aventureiro vulnerável aos encantos de uma doce e escorregadia fêmea com aroma de prazer, e dor.

O presidente Ronald Reagan é visto na televisão fazendo um discurso.

Este foi dado em 12 de Agosto de 1987, mas no filme ocorre antes de 04 de julho.

A fotografia nada diz, por outro lado, a trilha sonora canta e toca com voz e acordes de anjos e demônios entrelaçados.

Mas nada disso tem relevância quando, em 1987, os sonhos de James Brennan em ir num verão para uma turnê européia antes de estudar em uma escola da Ivy League, em Nova York, estão em ruínas depois que seus pais têm um revés grave em suas carreiras e não podem auxiliá-lo financeiramente.

Enquanto consequência deste suposto ocaso social de sua família, James obtém um emprego de verão temporário para cobrir suas despesas futuras no decrépito parque de diversões local, de nome Adventureland , onde se apaixona por uma colega de trabalho, a bela e espirituosa Emily Lewin (Kristen Stewart).

Também num local de trabalho decadente e sombrio, ambos têm experiências inesquecíveis e dolorosas, de aprendizagem sobre a vida, o amor e, mais sugestivo: a confiança.

Ao ansiar desbravar uma Europa repleta de hedonismo, numa estação que exala diversão, James, sem dar-se conta, troca, com digno sacrifício, seus sonhos pela descoberta de seus mais sinceros valores.

Bom filme!

domingo, 8 de fevereiro de 2015

COLABORADORES - "Consciente Manobrado" - por Eliabe Sales

Por Tito Oliveira - "Estágio Nocivo" - óleo sobre papel -
60x43cm - Barcelona - Espanha - 2011
Lendo em sua íntegra o projeto de Lei 2126/2011, popularmente conhecido como "Marco Civil na Internet", me debrucei em lucubrações das quais julguei pertinente tecer algumas considerações no presente texto. 
A execração tamanha por parte de alguns, em especial nas redes sociais, em campanhas cheias de boa vontade contra "a censura" e a “liberdade de expressão” chamou-me à atenção, e como operador do Direito, tendo que estar atento às inovações legislativas diuturnamente, acordei com a inquietação de lê-lo e o fiz atentamente em seus exíguos 25 artigos.
Feito isso, confirmei o que já suspeitava, já que no início de todo esse burburinho já havia lido alguma coisa sobre. 
Não há nada de censura ou tolhimento à liberdade de expressão, ressalvado o que está constitucionalmente previsto nos direitos e garantias fundamentais expressos no Magno Texto, que estabelece os limites ao exercício da liberdade de expressão, vedando-se o anonimato e se garantido o direito de resposta. Isto é tônica basilar ao exercício das liberdades individuais e coletivas, sem que o seu exercício interfira na liberdade alheia, inclusive, proporcionando o princípio do contraditório e da ampla defesa, logo, onde está a alegada censura?
O que vemos são seres que vagueiam como autônomos, replicando conteúdo tendencioso sem nenhum embasamento mínimo ou um argumento sustentável. 
Vejo o controle do lobo sobre o homem, massa ignara que segue inerte como gado ao matadoiro, simplesmente alheio ao que realmente se esconde por trás de cada declaração tendente à dar um rumo a determinado fato.
Todo projeto de Lei, em princípio, parte dos anseios de determinada parcela da sociedade, que, por óbvio, possui interesse na matéria específica. 
Ora, o 'marco civil' regulamenta o uso responsável e responsabilizável de quem faz uso deste tipo de serviço, elevando-o, inclusive ao status de Direito Fundamental do Cidadão, já que preconiza em seu artigo 7º que "o acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania [...]". 
Ora, o exercício da cidadania é direito fundamental. Perguntamos quem tem interesse de que o uso da rede mundial seja regulamentado? 
A população em quase que sua totalidade - guardada a sua proporção infra-estrutural em um país de dimensões continentais como o Brasil - que hoje faz uso da internet para se comunicar, estudar, trabalhar, pagar suas contas e exercer a sua cidadania através dos diversos meios que hoje se encontram disponíveis, como os veículos de denúncia, utilidade pública, emissão de documentos, v. G.
Hoje um indivíduo que mora no extremo norte do país, em região de dificílimo acesso, pode tranquilamente se conectar à determinado órgão em qualquer estado da Federação e requisitar informações e/ou emissão de documentos, sem precisar se locomover. 
Essa é a parcela da população que necessita de que a utilização da rede seja regulamentada, afinal, as relações sociais se tornaram mais complexas e dinâmicas em todas as esferas. 
comércio eletrônico movimenta bilhões ano e se expande em proporções geométricas. 
Da poltrona da sala ou da praça de alimentação de um shopping no interior da Bahia, se negocia e se compra de um vendedor no Sri Lanka do outro lado do mundo pelos "e-bays" da vida digital. 
Viva a globalização e a ampla concorrência, mas quem fiscaliza e regulamenta tudo isso? E se no clímax da negociação algo sai errado quem e de que forma alguém será responsabilizado? Falo com conhecimento de causa.
Acostumado a vender e comprar pela internet de/para diversas partes do mundo, tendo inclusive atuado ativamente no e-commerce no auge do "boom" do comércio eletrônico, cerca de 06 a 08 anos atrás, recentemente fui ludibriado por determinado vendedor com um perfil falso, que, porém, tinha todas as características que me fazem identificar um perfil real. 
Como resultado, fiquei com o prejuízo de cerca de seiscentos reais e a única coisa que pude fazer foi indignar-me e bater a minha cabeça contra a parede em sinal de auto-indulgência. 
Afinal, a quem eu iria recorrer e quais provas utilizar, já que nada havia no que me fundamentar? Em um país onde a jurisprudência concorre com a legislação, poderia arguir algo em juízo e tentar inovar doutrinariamente, mas isso, a priori, não repararia o dano. 
Outros sim, "Nullum crimen, nulla poena sina praevia lege", não há crime sem lei anterior que o defina, ou pena sem prévia cominação legal.
Eis porque crimes que nos deixam perplexos, como a exibição de armas, venda de drogas, pedofilia, apologia à violência, intolerância e ofensas diversas ao estado democrático de direito abundam a rede sem que ninguém seja penalizado.
Em nome da alegada liberdade de expressão, grupos e facções de diversas tendências alargam o ódio e o preconceito indiscriminado sob o manto escarlate da impunidade (e do anonimato) sem que nada possa ser feito. 
Fiquei feliz ao ler na data de ontem, em determinado portal jurídico: "Postagem no Facebook é admitida como prova". 
Tal fato aconteceu em uma demanda trabalhista oriunda da 1ª Vara do Trabalho do Paraná, em fase de execução e em sentença mantida pelo TRT daquela região (Processo TRT-PR-07933-2009-020-09-00-0). 
Admiro a coragem do magistrado em prolatar uma decisão baseada em uma postagem em uma rede social.
Mas, enquanto isso, milhares de crimes acontecem todos os dias, em todos os lugares e se espalham, muitas vezes como virais, às vezes mesmo, sob o aspecto de "denúncias", que invadem as páginas de nossas redes sociais. 
Vejo pessoas "denunciando" crimes como pedofilia, por exemplo, postando vídeos e fotos de crianças e adolescentes em poses ou danças sensuais sob o pálio da "denúncia". 
Às vezes denota-se que o "postante" não tem o mínimo de instrução, e às vezes o faz por mera ignorância, mas, afinal, ninguém deve se furtar da responsabilidade de seus atos sob desculpa de desconhecimento da Lei.
Esse é somente um dos exemplos e certamente não é dos menos repugnantes. Diariamente vejo publicações nas redes sociais que beiram a surrealidade. 
Temos vasto cardápio de idiossincrasias massificadas, desde intolerância religiosa, de gênero e "raça" à apologia ao suicídio e ao uso indiscriminado de drogas. 
Ninguém está imune, pois a "liberdade de expressão" é onipresente.
A Lei é feita por pessoas, atendendo ao anseio de pessoas, e, portanto, falha, posto que o Direito seja ciência dinâmica fruto de seu tempo e momento histórico. 
Prescreve-se o dever ser, e isto, por óbvio depende do contexto ao qual se insere o cidadão mediano, no caso em questão, a nossa sociedade onde está arraigado o conceito hegemônico ocidental presente na obra do incomparável professor Boaventura Sousa Santos, à qual tivemos a honra de discorrer criticamente¹.
Não existe consenso quando se fala direitos humanos, cidadania, liberdade de expressão. Não raro nos esbarramos em conceitos sofismáveis, frutos de toda a nossa bagagem cultural, herdada, muitas vezes, de uma infância extremamente conservadora (ou extremamente permissiva). 
Vivemos em uma sociedade onde o ter sobrepuja o ser e onde as desigualdades aterrorizam, e não vemos uma fagulha no fim do túnel. 
As mudanças parecem cataclísmicas e irreversíveis, e nos momentos de lucidez, nos deparamos com um cenário que nos faz questionar aonde chegamos e até onde iremos. 
Mas se quedar inerte na escuridão, por não vislumbramos a luz no final do túnel certamente não é a decisão mais acertada. 
Temos que continuar caminhando, afinal, Cronos é um deus impiedoso, e tal qual titã impávido massacra os que se detém no seu caminho.
Entendemos ser a Lei 2126/2011 um avanço memorável na resolução e deslindes de fatos que hoje se amontoam sem um norte, uma direção nos foros, principalmente, em uma época em que a implementação de processo e procedimentos digitais e eletrônicos, em tese, facilita e alarga as fronteiras monumentais da jurisdição. 
Julgamos, no entanto, que precisa ser aperfeiçoada e desdobrada, quiçá, complementada por diplomas outros, o que não lhe tirará o mérito da inovação jurídica. 
Neste quesito, embora exista muita aberração doutrinária travestida de conhecimento acadêmico, também possuímos operadores e pesquisadores incansáveis e honestos que se debruçam a extrair da fria letra de Lei coerentes compêndios em consonância com a dinamicidade social.
Marco Civil da Internet atende sim a um clamor social e por isso deve ser tratado mais com compreensão do contexto social e das modernas relações de convivência que com a ojeriza e a aversão com o qual tem se apresentado a muitos.
¹SILVA, Eliabe SalesDireitos humanos: uma hegemonia frágil. Visão crítica da obra de Boaventura Sousa Santos. Conteudo Jurídico, Brasilia-DF: 2014.

Bacharel em Direito pela Faculdade Maurício de Nassau, Advogado, pós-graduando em Direito do Trabalho pela Universidade Cândido Mendes, Graduando em Biomedicina.