Por Tito Oliveira - Desenho da série Pejorativismo Do Traço Ortodoxo - caneta esferográfica sobre carbono - 20x30cm - São Paulo - 2007 |
O agravante é tamanho que já até criaram um novo substantivo para denominar quem transita distante de um argumento preciso sobre o caso: "analfabeto político".
Quer dizer, aquele que não tem propriedade para dissertar sobre política, pouca propriedade tem sobre demais assuntos que envolvam sociedade, civismo, democracia etc.
Logo, não é apenas em política que este se faz analfabeto, mas em vários outros aspectos de sua vida, se não em todo.
Bom, digamos que menos lúcido é aquele que discute política com quem trata a necessidade básica de sobrevivência de outrem desprezivelmente; vulgo reacionário, ou ao que pensa a discussão política enquanto portal mais curto para a divulgação de seu status QUO, nadando junto a onda de maior dimensão para fazer-se vivaz na superfície rasa de seu conteúdo.
E olha que esse olhar torto invade também a natureza artística.
Para essas cabeças "pensantes", observar a arte é de pura natureza intuitiva, sendo que qualquer percurso contrário a isso não é arte.
Assim é preciso ressaltar que a arte nada tem a ver com a obrigação de apreendê-la encarceradamente na tradição, seja esta acadêmica ou meramente histórica.
Uma de suas premissas mais puras reside exatamente na liberdade que revoluciona, desestrutura e questiona princípios.
Nos salvando de um afogar no mar presunçoso da verdade.
Esta não deve ser resumida num fundamento ortodoxo.
Pois o traço deve ser apenas seu fragmento, não o todo de um corpo obsoleto.
Quando bem se enxerga a arte, é possível que bem se enxergue a sinuosidade política!
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