domingo, 13 de setembro de 2015

POUCAS & BOAS - "A Arte Que Transparece A Política" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira -
Desenho da série Pejorativismo Do Traço Ortodoxo -
caneta esferográfica sobre carbono -
20x30cm - São Paulo - 2007
A insanidade em meio às discussões perante os desdobramentos políticos no Brasil já excedeu os próprios limites.

O agravante é tamanho que já até criaram um novo substantivo para denominar quem transita distante de um argumento preciso sobre o caso: "analfabeto político".

Quer dizer, aquele que não tem propriedade para dissertar sobre política, pouca propriedade tem sobre demais assuntos que envolvam sociedade, civismo, democracia etc.

Logo, não é apenas em política que este se faz analfabeto, mas em vários outros aspectos de sua vida, se não em todo.

Bom, digamos que menos lúcido é aquele que discute política com quem trata a necessidade básica de sobrevivência de outrem desprezivelmente; vulgo reacionário, ou ao que pensa a discussão política enquanto portal mais curto para a divulgação de seu status QUO, nadando junto a onda de maior dimensão para fazer-se vivaz na superfície rasa de seu conteúdo.

E olha que esse olhar torto invade também a natureza artística.

Para essas cabeças "pensantes", observar a arte é de pura natureza intuitiva, sendo que qualquer percurso contrário a isso não é arte.

Assim é preciso ressaltar que a arte nada tem a ver com a obrigação de apreendê-la encarceradamente na tradição, seja esta acadêmica ou meramente histórica.

Uma de suas premissas mais puras reside exatamente na liberdade que revoluciona, desestrutura e questiona princípios.

Nos salvando de um afogar no mar presunçoso da verdade.

Esta não deve ser resumida num fundamento ortodoxo.

Pois o traço deve ser apenas seu fragmento, não o todo de um corpo obsoleto.

Quando bem se enxerga a arte, é possível que bem se enxergue a sinuosidade política!

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