terça-feira, 5 de maio de 2015

CINEMA - c r í t i c a / d i c a - "Great Expectations" - por Tito Oliveira

Em meio à modernização dos 90', o diretor Alfonso Cuarón nos traz a clássica história onde encontramos o artista infeliz pintando a amargura sob às luzes de New York.

Uma das sagas do personagem se dá na perseguição de um amor não correspondido em sua infância.

Baseado no conto atemporal de Charles Dickens, esta é uma história de amor que envolve um homem angustiado e uma mulher inacessível.

Transposto aos dias contemporâneos, o enredo se desdobra na realidade do artista com origem modesta, que apaixona-se por uma moça de educação aristocrata.

Mas quando um misterioso benfeitor surge, os sonhos deste homem emergem do imaginário consciente e sua conquista toma forma adequada.

Não li o conto, que traduzido para o português é semelhante a "Grandes Esperanças", mas posso afirmar que o clássico longa em questão é provido dos ares mais sugestivos.

A ressalva é sobre não ser este um bom filme, decorado com o crachá que o identifica num remake literário com sabor de queijo amarelo. Pois em minha apreensão, e dentro do que pesquisei, trata-se de uma vaga referência ao livro de Dickens. Logo, apenas uma adaptação.

A qualidade dos diálogos é irretocável.

O ator Ethan Hawk passeia como um maestro flutuante no corpo de seu personagem.

Gwyneth Paltrow, além de bela e refinada, deslumbra seus estimadores com um desempenho que, de tão rico, beira a imperfeição.

De Niro está mais discreto, porém não menos contagiante. Praxe.

Anne Bancroft assusta nos convencendo em seu posto.

Hank Azaria e Chris Cooper jogam com as almas lavadas na cerca dos coadjuvantes.

Não haveria outra forma de ser com a formação de um elenco tomado em sagacidade.

A fotografia é tecnicamente regular.

Seu teor emana admiração e mistério, uma vez estando alicerçado aos desdobramentos de definições tecnicistas.

É uma obra de arte.

Não há linhas fragmentadas, sua trajetória é claramente conduzida com beleza e honestidade.

A direção explorou todas as carcterísticas com demasiada coesão.

Acrescentando pinceladas peculiares e mostrando um filme moderno, de espírito pré-definido ao clássico.

A música regeu intensificando as situações, quando e onde interviu deu-se com muita fluidez e complemento.

Esta era quase tão importante quanto a atuação dos atores. Já que mais parecia ser a dependência entre ambos fatalística caso exposta ao declínio.

Assim como a boa partitura musical, o filme faz usufruto das notas enquanto elemento de adorno e/ou fio condutor para as performances em cena.

Aqui constitui o discurso sobre um dos poucos filmes que exprime conexão sanguinária com sua trilha sonora.

Bonito aos olhos, ouvidos, coração e consciência.

Bom filme!

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