terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

CINEMA - c r í t i c a / d i c a - "The Romantics" - por Tito Oliveira

The Romantics é uma daquelas comédias românticas que provam a reinvenção do movie style no período contemporâneo.

Drama, por exemplo, seria mais adequado para defini-lo, na conjuntura.

O título do filme, realizado em 2010, foi traduzido para o Brasil como "O casamento De Meu Ex".

Galt Niederhoffer, ao dirigir o, digamos, irregular longa, em quase toda sua trajetória utiliza uma câmera de ombro com planos fechados para conduzir os diálogos. É a tendência!

Já quando discorre sobre o encontro de sete amigos muito próximos, reunidos para o casamento de dois destes, os planos predominam abertos.

Com bom elenco e trilha sonora sugestiva, o melodrama está concentrado em um caso de amor mal resolvido entre o noivo e uma das damas de honra.

E assim vai contaminando a todos.

A rivalidade entre a noiva e a dama de honra sobre o noivo é de longa data.

O cenário é aquele típico casamento americano, de tradicional perfil até hoje por mim pouco bem apreendido.

Não me é fácil, por exemplo, entender a capacidade que eles, os americanos, têm em suscitar situações constrangedoras ao, um dia antes da cerimônia, reunir discursos embriagados não apenas na quantidade desmedida de álcool que consomem, mas, sobretudo, no recalque perante o suposto bem-estar dos noivos.

Bom, se o casamento já não é, para espíritos excepcionais, atrativo, pensemos então com estas premissas que tentam tirar, dos protagonistas, minímas surpresas?!

Com amigos e familiares convocados à típica casa de praia onde o céu de outono é instável, reza-se para que não chova e que noivos e convidados não chorem tão somente a aparente angustia que rege a ocasião, mas, também, para que toda produção defeituosamente programada não se vá por água abaixo.

Lila (Anna Paquin) e Tom (Josh Duhamel), os noivos, seriam felizes se notassem que algumas coisas na vida devem ser evitadas.

Para os amigos, a observação serve para não desafiar a atração comum nas amizades em meio ao álcool e cocaína, uma vez que não se faz, assim, tão salutar, se não abertamente.

Por conta de seus desafios perante a realidade de emoções alheias, a situação passou de instável à extrema densidade.

Em especial devido ao fato de Lila e sua dama de honra, Laura (Katie Holmes), ressurgirem enquanto dois furacões de lágrimas borbulhantes, movidas estas por um não compreendimento do caso nas mesmas estimulado.

Laura e Tom tiveram um longo romance antes de Lila, todos presentes sabiam e pareciam não conseguir esquecer, já que o clima fúnebre entre os três exalava flores de um velório onde o caixão esperava por um dos três enquanto o futuro póstumo, metaforicamente falando.

Quer dizer, se sabemos que ao mexer numa colmeia de abelha as espantaremos e nos tornaremos vulneráveis às suas letais picadas, por que então assim fazê-lo?!

Logo, seria possível dizer que a imprudência americana, no cinema, não é dada apenas nas ações onde residem releituras de super-heróis, mas numa clara obsessão, situacionista, muitas vezes, sem sentido!

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