quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

POUCAS & BOAS - "O Câmbio De Escamas Mantém O Status Da Cobra" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Simbiose - "Parto Biotecnológico" -
latex sore tela - 135x167cm - Acervo da casa_ Museu Solar santo Antônio
 - Salvador - Bahia - 2005
Poucos são os aspectos pejorativos, na condição humana, capazes de me surpreender.

Porém o reacionário é realmente assustador.

Seu traço asqueroso assemelha-se ao de baratas.

Ou estou sendo injusto...

Com as baratas?!

É possível dizer, aliás, que uma das causas no desastre da campanha presidencial com a candidata Marina Silva se deu em sua inteligência daltônica, que a fez confundir verde com azul para acabar como uma laranja de ponto passado, não adequado à degustação.

No curto período em que transitei visitando a Escola de Teatro da UFBA - Universidade Federal da Bahia -, em Salvador, acabei por cruzar; ainda como um garoto de olhos arregalados e estimulados por uma curiosidade que a mim rege até então, com uma espécie de sessentão emblema do meio cênico soteropolitano.

Confesso que até hoje não compreendi bem o motivo de demasiada idolatria.

Este era entusiasta da política de Esquerda brasileira.

Um anti-carlista nato.

Estava eu à perambular no feed de noticias da rede social, e me dei conta de que este mesmo "senhor", e não Sir; como costumam chamar os elfos a quem estimam, no momento é colunista do Correio da Bahia, escrevendo em prol da depreciação do PT e enaltecendo uma Direita falida, neurótica, no jornal da família Magalhães, que, ao contrário do que este defendia, sempre foi entusiasta da eterna navegação do navio negreiro, bem como da segregação que separa a elite da plebe.

Mas, devo admitir que, por assim manterem-se até os dias atuais, os membros da "boa" família, digo, fizeram-se mais dignos do que o suposto artista subversivo, pois possuem a "dignidade" de um império salafrário, mas declarado.

Já o artista, é como uma espécie de réptil míope, que troca de escamas sempre que a que o veste não lhe serve mais.

Eu até compreendo alguém que, no passado acadêmico, refratário à exploração e elitismo da póstuma direita, não encontre-se satisfeito com a então Esquerda brasileira.

No entanto, comer num prato que sustentou sua saliva apodrecida não pode ser estratégia, mas desespero, burrice.

Como diria os mais sábios soldados em um campo de batalha: antes um inimigo declarado a um "amigo" oculto e tomado por insegurança.

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