Não sei. Por que motivo? Qual fim? A quê se deve tudo isso? Por fim atendi o chamado da voz que me dizia: "O trabalho é um sintoma neurótico para atingir algo obsessivo".
Até aí tudo (bem ou não?.....). O caso é que carona nunca falta e cada carona é um caso.
Depois de um breve questionário começam a surgir temas de conversação para passar o tempo e a viagem.
E surgem os temas:
- Eu disse para os meus colegas de trabalho que a criminalidade é hereditária e todo mundo ri de mim.
Me fala a moça do Ford K que trabalha na Penitenciaria de Porto Alegre.
O motorista do caminhão diz ser apaixonado por Gabriel o Pensador (é pra rir ou pra chorar?)...
E assim vamos adentrando no RS.
O motorista do caminhão diz ser apaixonado por Gabriel o Pensador (é pra rir ou pra chorar?)...
E assim vamos adentrando no RS.
O motorista de Uruguaiana que brigou com uma mulher com a qual conviveu 14 anos quer encontrar os amigos, jogar bridge num boteco argentino e beber cerveja Quilmes.
O casal que briga o tempo todo numa estrada rasteira e murcha pela má conservação, um homem que alega que foram três os macacos que criaram o Homem enquanto diz que é apaixonado por carros e viagens, porque a vida é curta.
O casal que briga o tempo todo numa estrada rasteira e murcha pela má conservação, um homem que alega que foram três os macacos que criaram o Homem enquanto diz que é apaixonado por carros e viagens, porque a vida é curta.
Por fim, um amigo estudioso do Osho, "Trigueirinho", e outras teorias esotéricas.
Quero ver o que vai ser até Buenos Aires essa estrada, pois são tantos os temas a tratar numa carona que me detenho a rir para simular minha compreensão que somente servem aos temas para passar o tempo e a viagem.
Quero ver o que vai ser até Buenos Aires essa estrada, pois são tantos os temas a tratar numa carona que me detenho a rir para simular minha compreensão que somente servem aos temas para passar o tempo e a viagem.
Ao chegarmos ao lugar de destino, me despeço, agradeço, desço e mudo de endereço pensando na crença exata de um maluco que dirigia pelas estradas, sem carta, para demonstrar como a "fé é científica".
Ludwig Ravest é chileno, escritor, estudou filosofia na Universidade de Santiago e atualmente vive e trabalha em São Paulo.
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