domingo, 9 de novembro de 2014

POUCAS & BOAS - "Discrepância" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - pintura da série Composto De Um
Documentado - Auto-retrato - óleo sore papel - 45x30cm
- Barcelona - Espanha - 2012
Uma notícia do O Globo, hoje, 9, dizia sobre a hipótese do cantor e compositor Chico Cesar ser nomeado Ministro da Cultura.

Não deu certo com Gilberto Gil. 

Não sei até que ponto o critério utilizado para evocar esta possível especulação se fez mais veemente com o nome do artista paraibano.

No entanto é preciso dizer que existe larga distância entre o sentido de artista e o sentido de gestor.

Entendo que muitos artistas baianos alimentem-se com a posição central do palco, porém não apreendo o artista Gilberto Gil desta forma. 

Juca Ferreira, substituto deste na ocasião em que foi ministro da cultura no Brasil, provou que a função de cada ministro na elaboração de normas e/ou conceitos a serem aplicados através do viés em recursos públicos disponíveis para a área da cultura requer muito mais do que o domínio sobre fomentos culturais, mas, em suma, entender a necessidade de inserção; do fortalecimento e diversificação dos editais de premiações e intercâmbio; da expansão e difusão de linguagens e expressões oriundas das extremidades do país, da preservação imaterial etc.

E isso implica em boa gestão. Sobretudo quando envolto a um senado onde a aliança partidária se rompe a cada dia com o impulso da aparente insanidade na oposição brasileira. 

Confesso que não tinha conhecimento do histórico político de Chico Cesar na Paraíba, porém, ainda que o exemplo sobre o combate às "bandas de forró de plástico" tenha relevância enquanto conceito de preservação cultural do tradicional estilo musical Forró, é necessário guardar as devidas proporções do Estado Paraíba para o País Brasil. 

É fácil entender a esperança emanada ao ver um bom artista num posto de orientador perante as necessidades humanas, em especial quando implica na semiótica da cultura; imaginando suposta democratização cultural em âmbito nacional, entre outras coisas. 

Bom, sobre tal democratização, desde o Lulismo que estamos experienciando. 

A ideia agora reside em esta deixar de ser populista para, de fato, ser popular. 

Ainda que eu compreenda pertinente esperança, o que quero dizer se dá na discrepância entre político e artista, vice-versa. 

Ou seja, acredito que para ser político, é preciso deixar de ser artista. Pois apenas assim haverá articulação necessária para gerir o posto em questão.

Em minha opinião, o ministério da cultura deveria estar sob orientação do conhecimento filosófico. 

Nomes como o da Marilena Chaui, por exemplo, não deveriam ser descartados. 

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