sábado, 13 de setembro de 2014

CINEMA - c r í t i ca / d i c a - "Pelos Olhos De Maisie" (What Maisie Knew), por Tito Oliveira

O drama americano "Pelos Olhos de Maisie", de título original "What Maisie Knew", é um filme de 2012 dirigido em parceria por David Siegel and Scott McGehee.

A ideia de realizar filmes juntos não partiu desta obra, pois ambos também são responsáveis pelas direções de "Até O Fim", 2001, e "Incertezas", 2009.

A proposta em questão trata do romance com título homônimo escrito por Henry James, adaptado para o cinema.

A história gira em torno de uma garotinha de 7 anos de idade. Maisie (Onata Aprile) é apanhada em meio a uma batalha de custódia entre sua mãe Susanna (Julianne Moore), uma rock star em crise de envelhecimento, e seu pai, Beale (Steve Coogan), um bem sucedido negociante de arte.

Com beleza e simplicidade, o filme consegue transmitir a emoção de uma infância em estado delicado da mais comovente forma.

O desempenho da atriz mirim Onata Aprile é extraordinário, e nos posiciona enquanto cúmplices de uma das maiores performances de crianças já vistas nas telas com salas escurecidas.

Como seus pais, Julianne Moore e Steve Coogan nos faz sentir inseridos no meio do penoso tumulto de uma vida familiar fragmentada, residente na charmosa atmosfera da agitada New York.

A direção de Scott McGehee e David Siegel consistiu numa inspiração da vida exatamente como esta se faz. Na vulnerabilidade, aspereza, comédia, tragédia e alegria.

Sobre como podemos decodificar a insinuação inerente ao filme, depende de como poderá apreender suas subjetividades.

Posso, como exemplo, dizer que havia boa inclinação, envolta a toda dramaticidade, para afirmar ser a vida de um rock star, em seu todo, trivial.

A narrativa indica que a vaidade o faz brilhar com a potencia de uma luz fragilizada pelo desencontro provocado na ausência de sentido de suas inquietações.

O que muito se vê na leitura cinematográfica da já póstuma postura inquieta de um ídolo do Rock In Roll é a sugestão de que o emaranhado de situações que o cerca, como encontrar-se na evidência dos holofotes, ser desejado(a) ou ter o lugar desejado por jovens imaturos ou deslumbrados, além do "prolongamento" de sua "jovialidade", sobrepõem seu amadurecimento lhes atribuindo a posição de um(a) personagem incapacitado na fatal aptidão para os desdobramentos das emoções ou consequências de suas ações, como, em foco, encontrar-se responsável por um filho(a).

É preciso dizer que a análise diz respeito a uma das muitas perspectivas sobre tal universo, porém este se faz traço predominante.

Outro bom aspecto na situação ocorre quando nos é apresentada a espinhosa velocidade de como os necessários desdobramentos comportamentais são flagelados no espiral da sociedade contemporânea. Seja através da profissão ou da emoção.

Ter um filho no luminoso palco da realidade que ofusca o bom senso é torcer que a criança surja auto-suficiente.

Para o filho, resta a sensibilidade que o fará entender sobre o sentido na família, de fato, estar alicerçado no afeto daquele que a este disponibiliza.

O sangue, sem a importante noção do que significa tal laço, é mero signo.

Com intimidade quase surpreendente, esta é uma das melhores adaptações de um romance de Henry James já apresentadas aos amantes do cinema.

Para assistir o filme basta acessar este Link

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