GALERIA DE COLABORADORES - f o t o g r a f i a - por Jake Falchi

Na fotografia em questão a artista se diverte com o registro fotográfico de sua
foto 3x4, ao lado da foto 3x4 de seu pai quando jovem, insinuando ser a sua
versão feminina.

A rua Augusta, em São Paulo, foi sem dúvidas um dos lugares mais marcantes em minha vida.

Seja por suas sessões de cinema durante a semana ou nos fins de tardes aos domingos, pelos restaurantes, a cultura dos botecos, os manifestos, a sinergia regionalista e sexual, a boemia.

Em 2010, perambulando como um verme que passeia na lua cheia, tinha a companhia da minha câmera fotográfica e um lobo amigo ao adentrar a mais envolvente madrugada da capital paulista, se não do Brasil.

Tocava The Cure, Joy Division, Bauhaus, entre outros tão bons e nostálgicos quanto.

Era um inferninho.

Não cabia quase ninguém.

Parte das pessoas ficavam do lado de fora.

Era gratuito e toda galera descolada de São Paulo estava em algum momento por lá.

Era como uma espécie de bar com pista de dança e um globo de espelho giratório suspenso no teto.

Chamava "Netão".

O DJ ficava acuado num canto fazendo o som ecoar.

As moças eram lindas e arredias, elegantes, malvadas, aventureiras e inteligentes.

Os homens... Bom... Eu e meu amigo lobo estávamos presentes.

Haviam muitas...

Bom... Melhor parar a introdução por aqui.

Foi assim, nesse emblemático contexto, que acabei sendo honrado ao conhecer Jake Falchi.

De visual extravagante e refinado, natureza doce e fala sagaz, adornou nossas almas ao acompanhar-nos durante as demais horas desta madrugada inesquecível.

Jake nasceu em São Paulo, hoje tem 30 anos, estudou marketing na Escola Superior de Propaganda e Markenting (ESPM -SP) e transita profissionalmente no universo da moda.

O que eu não sabia, exatamente, quando a conheci, era que acabaria por estar me tornando cúmplice de uma suntuosa iniciação artística já, de forma subjacente, borbulhante nos gestos de Jake.

Sua expressão explora a fotografia não convencional com Recortes de cenas, auto-retratos e muitas nuances capturadas categoricamente através da câmera de seu telefone.

A artista concebe, despretensiosamente e com indiscutível talento, um olhar irreverente, contemporâneo do suporte à estética, de atmosfera requintada, sarcástico, sedutor, sugestivo, provocador, que exala diversão, as vezes também sutileza, mistério.

Ela, ao ser indagada sobre sua obra, faz questão de enfatizar não ser uma fotógrafa.

Por mim tudo bem.

Já sabemos, Jake...

Já sabemos que é apenas uma Artista!

Texto  de apresentação por Tito Oliveira

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