terça-feira, 5 de agosto de 2014

COLABORADORES - r e f l e x ã o - "Liberdade de Corpo Ilusório" - por Marco Matos

Por Tito Oliveira - fotografia da série As Imagens São As Mais Variáveis -
"Transeunte" -  150x200cm - São Paulo - 2007
Democracia é uma palavra utópica desde a sua criação. 

Até que o homem encontre-se consciencioso de que necessita descer do topo das árvore ela não existirá. 

A árvore que me refiro é aquela com galhos de muleta, de políticos paralíticos com corações infartados e de sangue contaminado pelo câncer. 

Galhos-muletas são suas conexões neurais de sobrevivência, como tubarões eles só sobrevivem devorando em natureza dialética e perpetua. 

Já existe um sistema cristalizado, endurecido e fadado ao fracasso, a ruína da sociedade é um fato tão obvio quanto à morte do individuo. E só o medo da verdade e a ânsia por alegria (já que a felicidade, da plenitude social a espiritual, esta morta) faz o homem ter esperança. 

Quando o mais capaz governou? Quando a seleção foi feita por algo que não dinheiro ou propaganda? Quando foi que os selecionadores, os votantes, não foram vítimas estupradas pelo engano? Indo às urnas tentando tapar suas vergonhas à mostra com os trapos da tolice e a hipocrisia democrática que sobraram da eleição passada. Tudo é ilusão na promessa partidária. 

Tratando das ilhas de honestidade no mar de podridão, que diferença faz? Não há barcos nessas ilhas e a maré sobe aos poucos, até engoli-los. 

O político não trabalha para administrar o bem público com suas potências! Ele trabalha duro, muito duro para ter acesso a seu dinheiro e rouba o máximo que puder por trás do véu da impressa comparada. Devorando o impossível, comprando casas, carros, empresas e pessoas. 

Você teria esperança se visse a política, ou o que se chama de democracia perdurando assim? Seus sonhos serão arruinados, cada vez que paga impostos precisa tomar antidepressivos, por isso sua saída é acreditar em pessoas sorrindo na sua televisão, pessoas com as quais você nunca almoçou, nunca dialogou.

Um minuto falando sobre o clima, um olho no olho, qualquer vislumbre que te desse alguma prova do que ela pensa em fazer do seu dinheiro suado. E são sempre os que mais gastam que ganham para governar, imperar! Quem tem mais investimentos de empresários, que vão cobrar, a palavra cobrar nem cabe aqui, é automático, subentendido e quem vai pagar? O contribuinte. 

Ele verá a ponte subir, um carro mais barato, a diminuição de algo ruim aqui e o aumento de algo bom ali. E isso é 10% da potência que havia no início. Mas ele ficará quase satisfeito e sua insatisfação servirá para continuar votando. A obra da política nunca termina com louvor, sempre a há aquela sensação de ter gozado pela metade na mente do cidadão. 

Não importa o que falem, não importa o que se veja no jornal em forma de fiscalização, os que são punidos são laranjas, bodes expiatórios. Se um escândalo aparece e envolve 50 milhões, isso é igual a superstição. E como punir um bode achando de fato que vai expiar os pecados, que vai esconder os bilhões que escoam dos hospitais e escolas? Até os escândalos são mentiras, são algemas de plástico. 

Esses criminosos estão presos apenas em um lugar, na sua mente. O povo escolhe quem vai governá-lo igual a como escolhe um rótulo no supermercado. É asqueroso. 

O sujeito começa a pagar impostos e repentinamente se acha na obrigação de cobrar, de saber o que vão fazer com o dinheiro. 

Afinal o que leva alguém a se interessar por política? No sistema, o corpo de cada contribuinte é governado desde seu registro na maioridade. Só resta rebelar-se com o pensamento, esperar a hora certa, até que a unanimidade de votos nulos e a vitória do vazio político partidário enfim deem lugar à verdadeira democracia, onde a honestidade nas discussões é o mais relevante. 



Marco Matos tem 32 anos, é músico instrumentista com vasta pesquisa no segmento jazzístico, além de estudioso profundo da bíblia e cabala há mais de 7 anos

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