quarta-feira, 27 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "Ciranda De Chorões" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - da série Simbiose - "Conexão" -
latex sobre tela - 165x100cm - coleção particular -
Salvador - 2005
Não dá para entender o perfil de pessoas, entre estas (pseudo)artistas e "intelectuais", que se prestam apenas à reclamar, reclamar, reclamar... Contribuir que é bom, longe do que pensam ou entendem ser realmente uma contribuição.

De que serve estudar ou ler (ou dizer que lê) filósofos, escritores, poetas, ouvir músicas ou assistir a filmes subversivos para, em seguida, revoltar-sem contra tudo desejando que o mundo vá tomar aonde nem lá haveria estômago apto a suportá-los?! 

O que estão esperando para associarem-se a uma ceita extremista, transformando-se em kamikazes?! 

Melhor do que ficar erradicando a serenidade alheia com a falácia de um enxame de Peter Pans com cérebros atrofiados pelo trauma da má elaboração de vida de seus pais.

Têm-se a nítida impressão, no contexto, de que a humildade é constantemente confundida com o estado de submissão que aqueles providos de um pífio emaranhado de informação, ingenuamente apreendido como conhecimento, imprimem aos que apresentam propostas ou linguagens artísticas e culturais das quais estes não costumam entender, aceitar.  

Se na perspectiva dos que transitam afora o conhecimento específico do outro sua opinião se faz desprezada, é preciso dizer que este, que assim se defende, tem, como vontade última, entender o que não cabe em seus interesses. 

Supõe-se, através de resumida análise, sobre a piada inserida na pintura contemporânea (que há muito até mesmo fala!) encontrar-se menos desconexa do que o vândalo disfarçado de Marginal. 

Que pensa, por ignorante presunção, protestar conscienciosamente em meio aos desdobramentos políticos no Brasil. 

Desmedida e mal concebida ação o submete a uma aparente contradição pseudo-idealista, já que ao depredar uma agência bancária ou loja do McDonald's, comumente encontra-se calçado em um par de tênis da marca Nike. Entre outras coisas. 

Comportamento típico da euforia brasileira que, na generalidade, costuma esnobar o bom senso.

Vejamos a situação, como exemplo, dos adoradores da música "diabólica", redbangrs. Adeptos do black e depht metal. 

Som tocado com a precisão limitada, ou objetiva, de uma máquina industrial desenhada por um engenheiro desempregado. Cantado com o tom do rosnar de um tigre com dente cariado, para em seguida ser batizado de estilo pesado e assustar o jardim de infância nórdico. Só se for! 

Estes, que em geral vivem com os pais até os 45 anos, e que poucos trabalham para sustentar o estimar cultural, além da bebedeira desenfreada, costumam chamar de lixo tudo que não couber em seus agrados. 

Digamos que, se fosse para comprar o pobre convite para a medíocre briga de egos, seria muito fácil combatê-los afirmando que a melhor coisa que existe em seus movimentos reside em não denominarem, ainda que inconscientemente, esse barulho de música, mas de som. 

Pois se por uma curiosidade tentar escrever a palavra depht metal no Google, não aparecerá opção no segmento musical, e sim enquanto movimento, ceita.

Já a pior de suas faces, por vez, encontra-se na obtusa crença de tal estilo assemelhar-se à música erudita wagneriana, quando a palavra erudição já distancia em milhas tal hipótese. Já ressaltando que pensar assim é claramente desconhecer a música do genial Wagner. Acredito que se Lúcifer souber que esse tal de som o está representando por aqui, não ficará nada satisfeito. 

Se o amor existe em detrimento da razão, este não habita, de fato, a plenitude. Assim sendo é bom partilhar a responsabilidade do estômago com o consciente. Uma vez que tal coesão evitará o constrangimento.  

O ideal seria que, mais do que excluir grupos por meio do radicalismo rude, encontrar-se aberto a todo tipo de comportamento. Seja nas diferenças de credo, etnias, orientações sexuais etc. Que se assegurasse nos espaços sociais condições de reconhecimento e manifestação dessas diferenças. 

Que as famílias, escolas, universidades, além disso, formem pessoas capazes de incorporar e disseminar o conceito dos direitos humanos. 

Já que apenas assim faria com que, na insegurança, mantenha-se o silêncio. Pois este provoca, intriga, perturba e, sobretudo, preserva a imagem e estado de espírito. 

O pedagogista Paulo Freire disse, certa vez, que "Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é virar opressor".

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