sexta-feira, 1 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "No Calcanhar de Aquiles" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - Desenho da série NUANCES -
Análise - pastel seco sobre papel - 45x30cm -
Acervo da Foundry Gallery - Londres - 2006
Alguém, por um acaso, já observou o precoce estado deplorável dos estádios construídos para a Copa? 

O estádio que foi palco de alguns jogos, sobretudo da final desta piada denominada Copa do Mundo foi reformado em meio à confusões entre verba pública e, digamos, "privada" (privada do povo!). Para agora, tão subitamente, esboçar nuanças de mais incompetência (para eles nunca chega!) na má execução perante a escolha do material e/ou profissionais responsáveis por sua composição. 

Ou seja, como se não obstante fosse a prioridade descabida no incalculável investimento em obras desnecessárias, considerando a situação social de um país terceiromundista como o Brasil, é preciso nos envergonhar assim tão ordinariamente?! 

A construção do elefante branco (o primeiro de muitos) João Avelange, estádio concebido para a realização do Panamericano disputado no Rio de Janeiro, em 2007, foi com verba pública e em local inapropriado enquanto superfície incapaz de sustentar a dimensão da obra. 

Quer dizer, não existe a menor preocupação com o que o contribuinte vai pensar sobre a utilização de seu dinheiro/direito. 

Vão nos impondo idealizações com objetivos aparentemente pessoais, partidários, superfaturando valores orçamentários extraordinariamente, desviando grande percentual de seu total para o vil bolso, e nós, cidadãos estúpidos, somos incumbidos a conviver com os fantasmas da arquitetura cara e mal projetada, aos olhos do mundo que desdenha de nossa incessante vergonha. 

No caso do Maracanã, segundo insinuações recorrentes nesse curto e bom documentário https://www.youtube.com/watch?v=xyjX6-F3isw, se trata da alteração de uma arquitetura tombada. 

O não mais gigante e obsoleto estádio carioca era um dos pontos turísticos mais visitados no Rio, atrás apenas do Pão de Açúcar e/ou Corcovado, patrimônio cultural do Brasil. E nada disso foi suficiente para abrandar o péssimo (ou ausente) senso de preservação do governo brasileiro (e de seu povo também, porque não?!), que por sua vez é o monstro assustador que se especializou em destruir memórias. 

Conclusão: nunca ficou tão claro sobre a relevância que tem o eixo Rio- São Paulo (este último pela palhaçada do itaquerinho etc) enquanto grandes representantes do que é a essência no Brasil. 

São, muito antes dos demais, os estados-cidades posicionados(as) no topo da árvore podre, que não cessará a exalação de nosso orgulho vexatório. 

Nós, nordestinos, continuaremos por aqui, ainda mais certos de que o italiano genialmente "presunçoso", adotado pelo mosteiro espanhol, estava certo, pois a terra nunca foi tão redonda!

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