sábado, 9 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "Cérebro Cego" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira - fotografia da série "Memória Antropofágica" -
dimensões variáveis - São Paulo - 2007
Li numa matéria do jornal online UOL, nesta semana, onde Leonardo, ex-jogador de futebol e campeão do mundo em 94, na Copa dos Estados Unidos, dizia que o campeonato brasileiro era desinteressante e logo foi hostilizado por torcedores.   

Bom, será que os torcedores poderiam responder sobre onde reside o motivo da decadência no futebol Brasileiro? Onde não se revela mais craques, mas produtos! Seria, em hipótese, da gestão que se estende à justiça?! 

Com um pouquinho mais de atenção será possível perceber que craques de verdade, que eram justas celebridades (tipo artistas com a bola nos pés), tiveram seus postos covardemente tomados por dirigentes e o segundo poder. 

Assim sendo, o tradicional espetáculo da década de oitenta, com belas bandeiras em meio a constante lotação das torcidas nos estádios, deu lugar à violência oriunda da neo política entre as atuais "torcidas organizadas", enquanto estratégia na manipulação de resultados. Além da comercialização prematura de boleiros (como chamam agora) e incompreensivas contratações milionárias de jogadores fracassados na Europa, como forma de marketing etc. 

Logo o futebol por aqui virou essa aparente chatice protagonizada por pernas de pau com altos salários em grande parte pagos por você, torcedor, que por vez é o palhaço entediado que, em desconhecida depressão, necessita dessa depravação para preencher sua rotina nos fins de semana, do contrário não haverá assunto para manter a prosa na roda dos botecos. 

E a cegueira é tamanha que até então existem os que acreditam se encontrar aqui o melhor futebol do mundo! 

O engano não é oriundo apenas dos 7 a 1, mas de quase uma década sem brilho. 

É certo que saudosismo na medida adequada tem lá seu ar saudável, mas em excesso é mero primitivismo. 

No caso da Seleção Brasileira, por exemplo, se viesse a vencer a Copa seria tão injusto quanto a desproporção na distribuição de renda do país, evocado pelo odor de gambar de sua política, porque com o futebol previsível que apresentou desde o início, o 7 a 1 foi boa educação alemã. 

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