domingo, 10 de agosto de 2014

POUCAS & BOAS - "Sorrir Em Excesso É Desespero" - por Tito Oliveira

Por Tito Oliveira -
"O Homem, A Náusea E A Porta De Um Quarto" -
acrílico sobre tela - 200x150cm - coleção particular - Salvador -
2004
Lembro de um período, ainda no primeiro semestre deste ano, em que garis entraram em greve na cidade do Rio de Janeiro, que fora tomada por lixo em suas extremidades. 

E foi assim, em meio a muito ufanismo, que se tratou de mais um assunto sério no Brasil.

Alias, sem esta falta de seriedade a imprensa nacional nada seria, já que é a sua especialidade. 

Ou, melhor dizendo, com seriedade, como seria possível manipular?! 

Na Espanha, que pode ser considerado hoje o cu fedido da Europa, ainda se encontra garis JOVENS e lindas limpando as ruas e se portando com a devida dignidade por se tratar de um trabalho bem remunerado. Uma vez que para se submeter a fazê-lo, deve ser, antes, bem pago. 

É pouco provável que uma garota (de futuro sobrenome "Programa") num país onde a disposição é parar de estudar para arrumar um bom partido, após trabalho árduo em academias com trilhas sonoras ruidosas para manter as nádegas arrebitadas, se submeteria a fazer tal trabalho e receber migalhas como remuneração.

Sendo um tanto mais aprofundado, se as migalhas fossem queijo suíço, ainda assim a tendência por aqui seria a vulgaridade em prol do status. 

Nada contra à garotas de programas, desde que quando decidam assim ser tenham enquanto princípio gostar muito de sexo casual. Pois daí estariam apenas unindo o útil ao agradável. 

Esta característica no brasileiro é uma das que estimulam um jornal (que em grande parte é pouco sério) noticiar um dilema com ares de propaganda para grupo de pagode feito no quintal, além de impor ao personagem uma rasa posição na disputa para o posto das "celebridades" do lixo, oferecido ao gari Renato Sorriso, por exemplo. 

E o fotógrafo, autor da foto divulgação, ainda que discorde da exploração "artística" com registros da miséria alheia recorrente no universo fotojornalístico, claro, contribui. Do contrário perde o emprego. 

Aos leitores que se deliciam com o ocaso fica a pergunta: quer mais desrespeito perante os direitos humanos do que, além de contribuir para tal, desdenhar da ignorância alheia?!

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